RIO DE JANEIRO –
Quinta vereadora mais votada do Rio de Janeiro em 2016, com o voto de 46.502
mil eleitores, Marielle Franco (Psol) foi assassinada a tiros na noite desta
quarta-feira (14), na região central do Rio de Janeiro, no bairro do Estácio.
Com 39 anos, a parlamentar de primeiro mandato estava dentro de um carro e foi
morta junto com o motorista que a conduzia na volta de um evento na Rua dos
Inválidos, na Lapa, segundo registros da imprensa fluminense. O Psol divulgou
nota de pesar há pouco (leia abaixo).
De acordo com o relato do jornal O Dia, um carro ainda não
identificado parou ao lado de seu veículo na Rua Joaquim Palhares quando dois
bandidos dispararam tiros e, em seguida, fugiram do local. Diversas marcas de
tiro ficaram gravadas na lateral do carro.
Ainda segundo o jornal fluminense, uma pessoa ainda não
identificada foi atingida por estilhaços depois do tiroteio. Policiais
militares do 4º BPM, na Praça da Harmonia, e bombeiros foram mobilizados e interditaram
a via. Coube à Delegacia de Homicídios (DH) realizar a perícia do duplo
assassinato.
Socióloga com mestrado em Administração Pública, Marielle
nasceu em 27 de julho de 1979 e foi criada na Maré, bairro da periferia do Rio.
A parlamentar cursou Sociologia na Pontifícia Universidade Católica (PUC), com
auxílio de uma bolsa integral, e concluiu o curso de mestrado na Universidade
Federal Fluminense (UFF). Sua dissertação de mestrado teve como tema “UPP: a
redução da favela a três letras”. Como profissional, entre as atividades mais
recentes, foi assessora parlamentar do deputado estadual Marcelo Freixo, um dos
líderes do Psol fluminense, antes de se eleger vereadora.
Em seu site pessoal, ela faz um breve registro
sobre sua trajetória. “Trabalhei em organizações da sociedade civil como a
Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Coordenei a
Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa
do Rio de Janeiro (Alerj), ao lado de Marcelo Freixo. Iniciei minha militância
em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma
amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no
Complexo da Maré. Aos 19 anos, me tornei mãe de uma menina. Isso me ajudou a me
constituir como lutadora pelos direitos das mulheres e debater esse tema nas
favelas”, escreveu Marielle.
Ontem (terça, 13), em uma de suas mais recentes postagens no
Facebook, Marielle registrou a seguinte mensagem: “Nós, mulheres negras, somos
a maioria da população. E ainda assim precisamos mover estruturas para garantir
direitos iguais. Por isso, amanhã, quarta-feira (14), vamos reunir mulheres
incríveis pra compartilhar nossas vivências, seguindo os passos das que vieram
antes de nós. Somos resistência, afeto, luta e esperança! VEM! Esse evento
lindo faz parte da campanha 21 dias de ativismo contra o racismo!”.
Leia a nota do Psol:
MARIELLE FRANCO PRESENTE!
O Partido Socialismo e Liberdade vem a público manifestar
seu pesar diante do assassinato da vereadora Marielle Franco. Estamos ao lado
dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse
momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista
dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na
continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime
hediondo. Não nos calaremos!
Marielle, presente!
Partido Socialismo e Liberdade
14 de março de 2018
REPORTAGEM WILLAME POLICARPO.
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