Mariano de Castro estava em regime de prisão domiciliar
determinado pela Justiça Federal. Ele foi preso por conta da Operação
Pegadores, da PF.
O médico Mariano de Castro e
Silva apontado como operador de um esquema na Saúde do Maranhão foi encontrado
morto na noite de quinta-feira (12), no apartamento em que cumpria prisão
domiciliar no bairro de Ininga, em Teresina-PI. O corpo foi levado para perícia
em Teresina.
Segundo a Polícia Federal, o
médico era um dos principais operadores do esquema que desviou R$ 18 milhões e
345 mil de recursos públicos federais enviados entre 2015 e 2017 ao Governo do
Maranhão para cuidar da saúde da população.
O médico Mariano de Castro
Silva ocupou os cargos de chefe do Serviço de Atendimento de Urgência (SAMU),
na Prefeitura de Coroatá e de assessor da Secretaria de Estado da Saúde (SES).
Em nota, a Secretaria de
Estado da Saúde lamentou a morte do ex-servidor e disse lamentar ainda que o
médico tenha sido “vítima do período absolutamente autoritário que vive o
Brasil, com restrição de direitos, presunção de culpa e ofensa a preceitos
fundamentais da Constituição”.
Entenda a operação
A Operação Pegadores é
continuação da Operação Sermão aos Peixes e segundo a PF, durante as
investigações conduzidas em 2015 foram coletados indícios de que servidores
públicos que exerciam funções de comando na Secretaria de Estado da Saúde
naquele ano montaram um esquema de desvio de verbas e fraudes na contratação e
pagamento de pessoal.
As investigações indicaram a
existência de 424 pessoas que teriam sido incluídas indevidamente nas folhas de
pagamentos dos hospitais estaduais sem a prestação de serviços às unidades
hospitalares. Os beneficiários do esquema eram pessoas indicadas por agentes
políticos: familiares, correligionários de partidos políticos, namoradas e
companheiras de gestores públicos e de diretores das organizações sociais.
O montante dos recursos
públicos federais desviados por meio das fraudes chega a R$ 18.345 milhões.
Contudo, segundo a Polícia Federal, o dano aos cofres públicos pode ser ainda
maior, pois os desvios continuaram a ser praticados mesmo após a deflagração de
outras fases da Operação Sermão aos Peixes.
A relação entre a
administração pública e empresas terceirizadas foi usada para viabilizar os
desvios, como apontou a PF no relatório da operação.
NOTA NA ÍNTEGRA DA SES
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) lamenta a trágica perda do médico
Mariano de Castro e Silva, e se solidariza aos familiares e amigos deste
profissional.
A Secretaria lamenta, ainda, que o médico Mariano de Castro e Silva
seja mais uma vítima do período absolutamente autoritário que vive o Brasil,
com restrição de direitos, presunção de culpa e ofensa a preceitos fundamentais
da Constituição.
Neste momento delicado, a SES
reforça seu papel de defesa irrestrita do sistema de justiça, no combate a todo
e qualquer tipo de arbitrariedade.
A SES também repudia a postura adotada por
alguns blogs maranhenses, que nesta hora de profunda dor, onde se exige o
mínimo de humanidade e compaixão, produzem conteúdo sem o mínimo de ética e
respeito.
REPORTAGEM WILLAME POLICARPO.
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