Dependendo de quem
vai monitorar a circulação de conteúdo, o combate ao fenômeno fakenews pode
gerar manipulação dos políticos que estão no controle dos órgãos de repressão.
E o jornalismo tende a ser tratado como caso de polícia.
Em Goiás, um acordo de cooperação firmado
entre o Governo do Estado/Secretaria de Segurança Pública e o Tribunal Regional
Eleitoral estabelece penalidades para quem elaborar e disseminar falsas
notícias durante as eleições 2018.
O acordo foi assinado pelo governador José
Eliton, pelo presidente do TRE Goiás, desembargador Carlos Hipólito Escher, e
pelo secretário de Segurança Pública (SSP), Irapuan Costa Júnior.
Segundo os termos do acordo, a
Superintendência de Inteligência Integrada, vinculada à Secretaria de Segurança
Pública, ficará responsável pela checagem de notícias, materialização das
provas e identificação de responsáveis por sites, blogs e redes sociais que
disseminarem notícias falsas.
Ao TRE caberão as medidas punitivas.
Eliton e Perillo
O governador de Goiás, José Eliton (PSDB),
assumiu o mandato em abril desse ano e é candidato à reeleição. Ele era vice de
Marconi Perillo (PSDB) em dois mandatos, desde 2011. Perillo deixou o cargo
para concorrer ao Senado.
Candidato à reeleição, José Eliton é parte
interessada no conteúdo jornalístico veiculado no processo eleitoral e controla
o órgão de segurança que será o cérebro do acordo.
De acordo com o presidente do TRE, Carlos
Hipólito Escher, será criado um grupo de trabalho para analisar as notícias e
fazer o acompanhamento do conteúdo veiculado durante o período eleitoral, a fim
de subsidiar os juízes eleitorais na emissão de ordens judiciais para retirar
conteúdos falsos de circulação na internet e no aplicativo de mensagens
WhatsApp.
Outra singularidade no acordo é a figura do
secretário de Segurança Pública de Goiás, Irapuan Costa Júnior. Ele foi
governador biônico (1975/1979) de Goiás, durante a ditadura militar, na época
aliado ao general-presidente Ernesto Geisel, quando os militares usavam o SNI
(Sistema Nacional de Informações) para monitorar e enquadrar os adversários do
regime ditatorial.
O advento das notícias falsas gerou demanda
na área de checagem. Várias agências especializadas, dirigidas por jornalistas,
atuam no ramo de verificação das fontes e veracidade das notícias.
No acordo entre o Governo de Goiás e o TRE, a
checagem ficará a cargo da Secretaria de Segurança Pública, através da
Superintendência de Inteligência Integrada.
O combate às notícias falsas será feito
mediante a checagem utilizando ferramentas e aplicativos de internet, que vão
apurar a veracidade dos conteúdos.
REPORTAGEM WILLAME POLICARPO.
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