Um time que sabe esperar o momento de ser
fatal. A França da Copa-2018 não teve o futebol mais bonito de um campeão
mundial, mas foi eficiente. Como uma cascavel, sabia o momento certo de dar o
bote e definir a partida.
Contra a Croácia, deixou a bola para o
adversário (61% de posse para o rival neste domingo), o que fez na maior parte
da competição: foram quatro jogos com menos posse de bola nas sete partidas
disputadas (contra Austrália, Dinamarca e Uruguai). Os primeiros minutos deram
a impressão que, talvez, o cansaço não afetasse o futebol dos croatas. A bola
zanzou pela área francesa. Ao fim foram 15 chutes a gol para a Croácia, e oito
para a França (metade deles entrou). E demorou apenas 18 minutos para o
"beijo" francês acontecer.
Foi numa jogada que
mostra o pragmatismo desse time de Didier Deschamps: bola alçada na área. A
França fez gols em seis partidas das sete que disputou no Mundial (só não
anotou no jogo sem graça contra a Dinamarca, o 0 a 0 da última rodada da
primeira fase). Em quatro abriu o placar em jogadas aéreas. Foi assim no
cruzamento de Griezmann para o gol contra de Mandzukic.
No esquema francês,
sem um jogador, por exemplo, como Modric, que controla a bola e dita o ritmo de
jogo, o ideal é esperar o rival e usar a velocidade de Mbappé e o bom passe de
Griezmann, Matuidi e Pogba para fluir. Contra o Uruguai, nas quartas de final,
por exemplo, quando precisou ter a posse de bola porque o rival era quem estava
na defesa, a bola parada resolveu novamente - gol de cabeça de Varane que abriu
o marcador.
Há também o quesito
sorte (qual time campeão não conta com isso?). Na final, a Croácia empatou aos
28 minutos, com Perisic, e continuou martelando. Jogadores mais jovens do time
francês, como Pavard e Lucas Hernández, ambos com 22 anos, pareceram sentir e
perderam bolas fáceis. Quando saiu o pênalti, mão na bola de Perisic (que
precisou do VAR pra ser anotado), parecia que a pressão da Croácia faria
estrago. Mas Griezmann fez o 2 a 1 e o time voltou a jogar tranquilamente
em seu esquema "espera que a gente resolve".
E os bons de bola
resolveram no segundo tempo - sim, o time tem bons jogadores de futebol, não é
só pragmatismo que faz um campeão do mundo. Primeiro Pogba, num chute colocado
e com jogada que teve o toque preciso de Griezmann. Depois Mbappé, mostrando
que não tem só velocidade, mas também habilidade, deixando os zagueiros sem
rumo e chutando forte.
A falha de Lloris, no
gol de Mandzukic, não desestabilizou o time, que manteve a tática, e ainda teve
chances de contra-atacar e até aumentar. Deschamps entra no seleto grupo de
jogadores que foram campeões do mundo como jogador (em 1998) e técnico, ao lado
de Zagallo (1958 e 1970) e Beckenbauer (1974 e 1990). Como bom volante que foi,
sabe que pode ser importante defender bem, E que normalmente se lembram mais de
times que vencem, não daqueles que jogam bonito e fracassam.
Veja os Melhores Momentos:
RORTAGEM: WILLAME POLICARPO.
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