Convidada para posto, advogada Janaina
Paschoal diz não ser possível 'tomar decisão em dois dias'. Convenção nacional
do partido ocorreu neste domingo (22), no Rio.
Foi confirmado, na
tarde deste domingo (22), o nome do deputado federal Jair
Bolsonaro, de 63 anos, como candidato do Partido Social Liberal
(PSL) à Presidência da República nas Eleições 2018.
Bolsonaro foi escolhido por aclamação de
correligionários no encontro nacional da legenda, que ocorreu no Rio de
Janeiro.
O partido adiou a escolha do vice. Segundo comunicado
durante a convenção, o partido irá definir o nome até 5 de agosto.
A advogada Janaina
Paschoal (PSL), cotada para o cargo, participou da convenção, mas disse que
ainda está "dialogando" com a campanha do presidenciável. Além da
advogada, Jair Bolsonaro foi acompanhado pelos filhos Carlos, Eduardo e Flávio.
Em entrevista coletiva após a convenção nacional do PSL,
Jair Bolsonaro voltou a falar que o nome do candidato a vice deve sair do
próprio partido.
“Não deu certo com Magno Malta nem com o general Heleno.
A Janaina Paschoal foi contatada há pouco tempo e precisa de um tempo para
decidir. Ela tem família, filhos em São Paulo e ser vice causaria uma mudança
grande. O certo é que dificilmente será alguém de fora do partido. A nossa
lagoa é pequena mas é boa”, disse.
Entre as propostas do candidato estão a privatização de estatais. Segundo ele,
ficariam só umas 150 em setores estratégicos e ministérios seriam fundidos.
“Começaria extinguindo o Ministério das Cidades. O
dinheiro tem de ir direto para municípios e estados. Juntaria a Fazenda com
Planejamento, Meio Ambiente com Turismo”, disse Bolsonaro que também pretende
acabar com a indústria das multas nas estradas, que segundo ele emperra o
turismo, e no campo, no que se refere ao trabalho análogo à escravidão, que
deixa o homem do campo assombrado com a atuação do MST.
Bolsonaro chegou ao Centro de Convenções Sulamérica, na
Cidade Nova, Centro do Rio, acompanhado pelo senador do Partido da República
Magno Malta (PR) e pelo general da reserva Augusto Heleno Ribeiro Pereira, do
Exército.
Em seu discurso, Bolsonaro agradeceu a Deus, citou a
Bíblia e destacou que, embora o PSL não seja um partido considerado grande, a
legenda conta com apoio do "povo brasileiro", e que o "Brasil
não aguenta mais 4 anos de PT ou PSDB".
"A partir desse momento, da confirmação da minha
candidatura, passa a ser uma missão. Se estou aqui, é porque acredito em vocês.
Se vocês estão aqui, é porque acreditam no Brasil. Não temos um grande partido,
não temos fundo eleitoral, não temos tempo de televisão. Mas temos o que os
outros não têm, que são vocês, o povo brasileiro."
O candidato aproveitou para atacar o pré-candidato à
Presidência Geraldo Alckmin, do PSDB. O candidato do PSL se referiu a suposta
aliança de Alckmin com o "centrão" do Congresso, classificado pelo
presidenciável como "a escória da política brasileira.
O presidenciável do PSL, entretanto, acenou aos
integrantes do Centrão. ""No mínimo, 40% desses deputados, estão
conosco, e não concordam com as decisões tomadas por essas lideranças",
afirmou.
Antes do encontro, o presidente do PSL em São Paulo,
Major Olímpio, declarou que Bolsonaro é "a grande força geradora de votos
do partido". Outros representantes são, segundo ele,
"figurantes". "A grande força geradora de votos do partido é o
Bolsonaro. Qualquer outro filiado é figuração", disse.
Propostas
Algumas
propostas apresentadas por Bolsonaro:
Buscar o liberalismo na
economia e privatizar a maioria das estatais, preservando as estratégicas. Além
de reduzir burocracias e regulamentações.
Colocar um general de
quatro estrelas no Ministério da Defesa.
Tirar a
"discricionariedade" das multas aplicadas por órgãos como ICMBio e
Ibama, que defendem o Meio Ambiente.
Tirar o Brasil do
Acordo de Paris, pelo qual o país se compromete a reduzir as emissões de gases
que intensificam o efeito estufa.
Dar "retaguarda
jurídica" para militares e agentes da segurança pública.
Trajetória
Jair
Bolsonaro nasceu em 21 de março de 1955. É natural de Campinas, interior de São
Paulo. Militar da reserva, o pré-candidato cumpre o sétimo mandato consecutivo
como deputado federal. Em 5 de janeiro, o parlamentar deixou o Partido Social
Cristão (PSC) e anunciou que se filiaria ao PSL.
Pouco depois, anunciou que pela sigla seria
pré-candidato à Presidência, nona legenda à qual se filiou. Atualmente, o
parlamentar é réu
em ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposto
crime de apologia ao estupro e injúria.
Em 2014, Bolsonaro afirmou que não estupraria a deputada
Maria do Rosário (PT-RS) porque ela "não merece". Em razão do
episódio, a Corte abriu, em 2016, a pedido da Procuradoria Geral da República
ação penal contra o deputado.
Para rebater a denúncia, a defesa de Bolsonaro
argumentou que ele tem "imunidade parlamentar", que protege deputados
e senadores por opiniões, palavras e votos. Advogados do parlamentar afirmaram,
na época, que ele não incentivou outras pessoas a estuprar.
Também durante a convenção o PSL lançou a candidatura do
deputado estadual Flávio Bolsonaro ao Senado Federal. O partido não terá
candidato ao governo do Rio de Janeiro. No discuro, Flávio falou sobre união.
"O que nos une é o Brasil que a gente quer
diferente com pessoas fortes, mas com sensibilidade. Ninguém que compra o
pacote Bolsonaro se engana quando chega em casa. As pessoas concordam ou não
concordam com os programas. A gente não está aqui para negociar nada",
disse.
REPORTAGEM WILLAME POLICARPO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário