O presidente
eleito, Jair Bolsonaro (PSL), afirmou nesta quarta-feira (7) que o Ministério
do Trabalho será incorporado a outra pasta. “O Ministério do Trabalho vai ser
incorporado a algum ministério“, disse, sem detalhar qual pasta absorverá as
atribuições atuais do Trabalho.
Bolsonaro
fez a afirmação em rápida entrevista a jornalistas após almoçar com o
presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), ministro João Otávio de
Noronha, na sede do tribunal.
A informação
de que Bolsonaro estudava extinguir o Ministério do Trabalho foi divulgada pelo
jornal “Folha de S. Paulo” nesta terça-feira (6).
Segundo a
reportagem, há alternativas em avaliação para que a condução dos temas ligados
à área do emprego e renda ocorra de forma mais eficiente do que concentrada
numa única pasta. Uma delas é associar a área a algum órgão ligado à
Presidência da República.
Ainda de
acordo com o jornal, entre as alternativas em discussão, está fatiar as
diferentes áreas, transferindo, por exemplo, a gestão da concessão de
benefícios para órgãos ligados ao campo social e a gestão da política de
trabalho e renda para o novo Ministério da Economia ou para um órgão dedicado
às questões de produtividade, um dos temas considerados prioritários na equipe
do futuro ministro Paulo Guedes.
Também na
terça-feira, o Ministério do Trabalho divulgou uma nota na qual reafirmou a
importância da pasta para a coordenação das forças produtivas no caminho para a
busca do pleno emprego.
Petrobras e BC
Perguntado
sobre a definição dos futuros presidentes da Petrobras e do Banco Central e se
haveria chance de manter os atuais titulares em seu governo, Bolsonaro disse
que a decisão ficará com Paulo Guedes, futuro ministro da Fazenda.
“O Paulo
Guedes está com tudo rascunhado e está em vias de anunciar”, disse.
Não haverá Ministério da Família, diz
Bolsonaro
Bolsonaro
também não confirmou o nome do senador Magno Malta (PR-ES), aliado que não
conseguiu a reeleição, como um dos futuros ministros. Malta está cotado para
assumir um ministério ligado à área social.
“Tenho
falado até o momento que para qualquer ministério vai ser uma pessoa adequada
para desempenhar a função, não tem acomodação política nos ministérios”,disse
Bolsonaro.
Perguntado
sobre se o Malta iria para o Ministério da Família, Bolsonaro rejeitou o nome
para a pasta. “Não deve existir ministério com esse nome“, disse.
Defesa
Bolsonaro
afirmou também que a definição sobre quem será o próximo ministro da Defesa já
está “engatilhada” e pode ser anunciada até a próxima terça-feira.
Ele não deu
nomes, mas disse que será alguém de “quatro estrelas”, em referência à
graduação militar.
O general
Augusto Heleno, auxiliar próximo do presidente eleito, estava cotado para assumir
a Defesa, mas foi confirmado como futuro chefe do GSI (Gabinete de Segurança
Institucional), que tem status de ministério.
“Não posso
prescindir da presença dele [Heleno] no Palácio do Planalto. É uma pessoa que
representa o equilíbrio, tem uma vivência muito grande, dentro e fora do Brasil
e isso é bom para todos nós, não só para mim não”, disse.
Número de ministérios
O presidente
eleito afirmou ainda que o número de ministério deve ficar em torno de 17.
“Talvez 17, bom número o 17“, disse.
Mais cedo,
porém, Bolsonaro afirmou que estuda manter o Ministério da Transparência e
Controladoria-Geral da União com o atual status, sem fundi-lo com o Ministério
da Justiça.
Se isso
ocorrer, a possibilidade é que o governo Bolsonaro seja formado por 18 pastas
na Esplanada, e não mais entre 15 e 17, como ele tem cogitado. Atualmente, a
Esplanada é composta por 29 ministérios.
“Pode
aumentar [o número de ministérios para 18]. O que temos de ter são os
ministérios, esses órgãos, funcionando, sem interferência política”, disse.
REPORTAGEM WILLAME POLICARPO.
Nenhum comentário:
Postar um comentário